segunda-feira, agosto 14, 2017

Rock de Galpão - Recuerdos da 28

Publicado em 13 de nov de 2014 Você conhece a história da música “Recuerdos da 28”, que está no DVD Rock de Galpão - Volume II: Missões? Pois ela foi apresentada pela primeira vez em 1980, na 10ª Califórnia da Canção Nativa, e causou comoção no público. Com letra de Kenelmo Alves e composição de seu filho Francisco, o tema é um clássico do cancioneiro gaúcho. Interpretada por Juarez Brasil e o grupo Os Gaudérios, os próprios compositores participaram da apresentação. Francisco conta que fez questão de tocar e fazer a introdução e solos com um violão de cordas de aço, ligeiramente desafinado de propósito. Além do violão, o arranjo inclui gaita, vocais e um pente - que o próprio Kenelmo tocou na versão original. No novo arranjo criado pelo Rock de Galpão, a introdução da música foi integralmente preservada, mas tocada por Rafa Schuler na sua guitarra hiperturbinada como uma homenagem a Angus Young, guitarrista da banda de rock AC/DC. Este clipe gravado em 2013 no Teatro de Câmara Túlio Piva, em Porto Alegre, foi um primeiro ensaio para a versão final que esta no DVD Rock de Galpão - Volume II: Missões. A milonga “Recuerdos da 28” é um registro dos bailes de antigamente - assim como fizeram outros grandes nomes da música gaúcha, como Pedro Raymundo, Vargas Netto e Jayme Caetano Braun. A letra é narrada por um personagem, um gaúcho do Interior que recorda uma época passada da cidade de Uruguaiana. Repleta de linguagem regional, com um vocabulário característico da fronteira, ele conta suas façanhas de quando ia ao meretrício da cidade - ou tasca, como se chama na fronteira -, que ficava na Rua 28. Hoje, essa rua chama-se Dr. Maia, e a tasca ficava no quarteirão localizado entre o que hoje são as ruas Venâncio Aires e Bento Gonçalves. A cafetina Porca Rabona era a dona da tasca. Já o “índio curto e grosso” era um homem baixinho, cujo apelido era Pescoço, namorado da Rabona. A tasca ficava a uma quadra dos trilhos do trem. Na Rua Benjamin Constant, localizava-se o bebedouro para animais. O verso “Remancheio num boteco ali nos trilhos, enquanto no bebedouro mato a sede do tordilho”, não soa mais claro agora? Francisco Alves começou a tocar profissionalmente em bailes aos 14 anos. Ao lado do pai Kenelmo Amado Alves, compôs músicas que são referências até hoje para as novas gerações do regionalismo, como "Recuerdos da 28", "Último Grito", "Galopada" e "Penas". Conta Francisco que seu pai “era um poeta cronista das coisas da vida”, e que lhe deu o ensinamento de saber respeitar o talento e a arte dos outros. Por isso, o Rock de Galpão presta essa homenagem de respeito e admiração por Kenelmo e Francisco. Ficha Técnica: Produção: Válvula de Escape Produções Artísticas Paulinho Cardoso (Acordeon) Rafa Schuler (Guitarra) Guilherme Gul (Bateria) David Fontoura (Contrabaixo) Mestre Kó (Teclados) Tiago Ferraz (Voz e Guitarra) Música: Cuidado (Tiago Ferraz) Mixagem: Toca do Morro - Porto Alegre-RS Montagem e Finalização: Malcoln Robert Captação de Imagens: Amigo Lagarto - Porto Alegre-RS Gravado ao vivo no Teatro Túlio Piva em Porto Alegre-RS

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